Ditadura Militar

     O período mencionado no enunciado acima se trata de um dos mais importantes fatos históricos da nossa nação. No qual representou um golpe em meados dos anos 60 que duraram longos e duros 21 anos até culminar com seu fim em 1985. Esse golpe teve origem na oposição dos militares e elite dominante de João Goulart assumir o poder de forma justa e verdadeira, depois da inexplicável até hoje renuncia de Jânio quadros no ano de 1961, Jango deveria tomar posse de direito, mas o mesmo não aconteceu devido a fortes críticas a sua pessoa, as alegações eram que o mesmo era comunista e que pretendia implantar o comunismo em solo brasileiro, o que de fato ele nunca fora. Mas não houve jeito, os militares impediram sua posse, de resposta o então jovem governador do estado do Rio Grande Sul engajou-se na famigerada ‘campanha pela legalidade’ que se constitui num movimento no qual o governador rio-grandense foi até os meios de comunicação convocar a massa popular a lutar de mãos em punho pela legítima posse de Jango.
    Muitos meios de comunicação foram fechados pelos militares que tentavam de toda forma esfriar a polvorosa população que apoiava Brizola e foi às ruas mostrar sua solidariedade e total apoio a João Goulart, restando apenas à emissora radiofônica Guaíba na qual a mesma era usada por Leonel Brizola nos porões do palácio Piratini. Após esse movimento turbulento que quase culminou com o bombardeio da capital sul rio-grandense, num movimento estratégico de calar o governante do RS, que fora ainda bem impedido pelo boicote a aviões e bombas que eram destinadas a destruir o solo de porto alegre. Graças à coragem de soldados que desacataram a ordem de seus superiores em golpear violentamente nossa capital gaucha, não houve derramamento de sangue através de uma guerra civil que seria de resultados catastróficos, matando milhares de inocentes o que o então sucessor de Janio não queria de jeito nenhum que se acontecesse, deixando de lado momentâneo o seu desejo de se tornar presidente e aderindo ao parlamentarismo proposto por meio de um acordo entre ambas as partes, em que o governador Leonel Brizola não foi de comum acordo, pois queria ver Jango governando plenamente e não de forma parcial como o primeiro ministro na época, de tanto Brizola atentar para isso houve no ano de 63 um plebiscito no qual o mesmo definia por escolha popular a forma que João Goulart iria administrar nossa pátria, onde foi vencida a forma presidencialista consolidando-se assim o sonho de Jango se tornar de fato o presidente de nosso país, o que infelizmente durou pouco tempo tendo como resposta o golpe de 64 no qual formulava numa dura censura a brasileiro que se opunham ao governo militar da época, onde figurou o fechamento de jornais, rádios, televisões que eram considerados conspiradores e que representavam perigo à estabilidade governamental dos militares na época. Muitas pessoas foram perseguidas e presas por seus ideais anti-golpe militar, alguns fugiram do país como Leonel Brizola que se viu sob asilo político para poder salvar sua própria vida e de seus entes queridos.
    Jango fora deposto e nada mais restara a não ser aceitar o golpe, o militares tomaram posse e implantaram seus ideais de censura excessiva onde deixou o Brasil sem poder respirar e tudo que acontecia era de total controle dos mesmos que esmagaram a oposição e se tornaram soberanos no controle nacional nesses 21 anos de ditadura militar, onde imperou a ordem e disciplina dos generais presidentes que governavam com mãos de ferro controlam toda e qualquer reação popular que pode ser visto um pouco no longa-metragem ‘Olga ‘ que retrata um pouco dos fatos marcantes e como foi esse período na historia brasileira. Depois do golpe a repressão foi total por parte do governo não havendo o que fazer para mudar isso. Para relatar isso melhor colocamos um trecho do professor de história e também escritor Cleto Vicente Durlo: ‘Não existia liberdade de expressão. Por exemplo, nas escolas as disciplinas como educação mais cívica como Historia, Geografia, eram consideradas na época perigosa pelo regime militar. Assim os professores eram indicados pelo governo; o diretor da escola sugeria um nome, esse nome era indicado para delegado de educação, logo pelo secretario do estado, indicado pelo governador, do governador era indicado pelo presidente, do presidente era indicado pela alta cúpula do regime militar.
    Então tudo era um contorno para chegar ate o professor e conseqüentemente ate ao aluno.  O professor não podia se manifestar era perseguido, era proibido falar sobre política o aluno também era proibido, tinha o artigo 477 que era o tenebroso instrumento de controle da sala de aula, então era proibido se expressar.
   Nas escolas vivenciei tanto o Ensino Médio como o Ensino Superior, nesse período, apesar de ter vivido meus últimos anos na Universidade Federal de Santa Maria, eu vivi o processo de abertura nos últimos anos do governo do general, mais já se preparava para o processo de abertura que foi o presidente Geisel e depois veio o presidente João Batista Figueiredo, que promove todo o processo de abertura.
    Então a liberdade não existia, onde havia um grupinho de alunos conversando como a gente faz hoje, eram tachados de estar planejando um golpe para tentar tirar os militares do governo, então era subversão e nos podíamos ser acusados e entre os estudantes gerava medo e insegurança.
    As atividades escolares como grêmio estudantil eram bem organizados porem cada grêmio estudantil tinha que ter acompanhamento de um professor conselheiro que era uma pessoa indicada pelo regime que era ‘os olhos e os ouvidos do rei’, era uma forma de ouvir, acompanhar e controlar dos grêmio, então o professor conselheiro não era para ajudar e orientar o grêmio estudantil e sim controlar em todos os aspectos.
    Não se podia promover uma reunião ou promoção pública tinha que ter licença do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) que é ligado ao SNI (Serviço Nacional de Informações), tinha que fazer um ofício pedindo licença, ir ao Banco do Brasil pagar uma taxa e entregar no Departamento de Policia Federal (DPF) para eles avaliarem. Se fizesse uma festa, de repente chegava uma pessoa e mostrava uma carta, era um agente da Policia Federal para observar a festa. Então não havia liberdade.
   Na parte da imprensa antes de começar um programa tinha que ter a liberação da censura e aparecia um carimbo com um formulário da Policia Federal dizendo que foram liberados pela censura. Os programas de radio todos tinham um controle do DOPS. Assim existiam na época os jornais proibidos, os chamados PASQUINS, que era um jornal que circulava só no meio estudantil passando de mão em mão.
   Havia dois partidos, ARENA e MDB, ARENA era para apoiar o regime e MDB era para neutralizar oposições, mas todos os partidos eram controlados. E presidente não era eleito pelo povo era eleito pelo congresso e quem era o partido do congresso era a ARENA. ’
   Isso foi um pequeno relato do estimado professor Cleto no qual o mesmo nos demonstrou profundo conhecimento e respondendo a todas as questões com um incrível embasamento sobre essas questões de cunho histórico, agora para fazer um contraponto de diferentes maneiras de observar o que se passou, citamos um trecho da entrevista que fizemos como o professor de historia Benito Barbosa Izolan, onde o mesmo nos cita: ‘A fase que presidiu a legalidade que foi os anos 50 á 60, a legalidade foi em 61 com a renúncia de João Goulart, foi um período de muita prosperidade no Brasil e teve dois presidentes o Getulio Vargas que foi presidente em 1951 e foi até a sua trágica morte que foi com um suicídio em 1954, depois teve o governo Café Filho que ficou um pouco menos de dois anos.
    Logo entrou Juscelino Kubitschek de Oliveira com o vice que era o João Goulart, JK que era um homem muito empreendedor, muito otimista e que ele conseguiu desenvolver o país, conseguiu crescimento econômico e estabilidade política, evidente que ele teve bastante oposição; nesse período era um período tão criativo na ária industrial, na indústria automobilística, indústria petrolífera que o Getulio deixou para o Juscelino uma base, uma infra-estrutura, e o Juscelino fez um plano de metas, então foi uma época de prosperidade com muita democracia, tanto é que foi chamado de anos dourados.
   Depois da renúncia de Janio e da derrubada de Jango o Brasil sofreu um retrocesso, principalmente político, então esse período que precedeu o governo Janio e depois Jango foi um período de desenvolvimentismo e pregresso.
    A democracia se manifesta através da liberdade de expressão, liberdade jornalística, liberdade na televisão, quando diz democracia inclui liberdade de opinião e de expressão. ’
    Após comparar as duas óticas de ambos os professores, nota-se que os dois entram num consenso a respeito de como era a sociedade brasileira, descrevendo com riqueza de detalhes o que foi o período militar, segundo o professor Cleto o governo tinha controle até sob o que se ensinava nas classes escolares e mantinha um controle sobre o que os docentes iriam a vir ensinar aos jovens alunos, com medo que os mesmos criassem conspiradores e plantasse na mente dos adolescentes as idéias de democracia, igualdade e direitos humanos, no quais não existiam. O governo manipulava jornais e outros meios midiáticos para descreverem o que lhe bem entendessem e sem nenhum tipo de criticas, poucos eram os que se mostravam contrários a isso, salvo o jornal pasquim que driblava a censura e batia de frente com o governo de forma sutil e discreta no mais poucos faziam jus a isso. Foi assim que se figurou esse período da sociedade brasileira que só obteve seu fim no ano de 1985, com a transição imposta pelo então presidente na época João Batista Figueiredo, que acabava de diminuir as forças do governo e partindo para uma redemocratização com o movimento direta já que acabou culminando na vitoria de Tancredo Neves, extinguindo o governo militar e trazendo de volta a democracia no Brasil com a constituição de 1988 apagando qualquer rastro da ditadura e sendo totalmente a favor da democracia.


Autores: Dimitrius de Camargo, Francisco Manzoni, Melissa Espinosa, Rodrigo Gonçalves